sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O que pensam os jovens que ocupam as ruas?

Representantes dos movimentos que tomaram as ruas debateram no Espaço CULT o significado das manifestações



Paulo Henrique de Oliveira, Mayara Vivian, Vitor Quarenta e Dennis Conte em frente ao muro do Espaço Revista CULT
“Por uma vida sem catracas”. Certamente este é um dos mais bem sacados slogans dos últimos tempos, quando quase todas as atividades do mundo capitalista são controladas por aquela máquina cinza e fria, que, acionada por um cartão magnético, libera a passagem. No caso de empresas, ela marca os horários de entrada e saída, controlando o cotidiano dos trabalhadores. No caso dos ônibus, ela só abre se houver crédito no bilhete. E nos últimos anos, com o aumento da tarifa dos transportes, a tungada no bolso do passageiro tem sido cada vez maior.
Este é o slogan do Movimento Passe Livre (MPL), que surgiu em 2003, no meio estudantil. O objetivo era brigar por uma catraca liberada para os estudantes. No entanto, a partir de debates e de protestos contra os aumentos desde o começo deste novo século, o movimento cresceu e ampliou sua pauta: saiu na briga pela “tarifa zero”, não só para estudantes, mas para todo mundo. Por trás das reivindicações da catraca livre está o sonho de construir uma outra realidade, mais justa e mais humana.
Este ano, em junho, o MPL voltou às ruas, pedindo a redução da tarifa de ônibus que, em São Paulo, havia pulado de R$ 3,00 para R$ 3,20. Os “atos”, como eles chamam, foram engordando, cada vez mais pessoas saíam para as ruas, em protesto. E os vinte centavos se tornaram o símbolo de uma insatisfação maior com os rumos da via brasileira, espalhando-se pelo país adentro.
Nas ruas, os ativistas – não só do MPL, mas de outros coletivos e também milhares de cidadãos indignados – tiveram de enfrentar a brutalidade da polícia, com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha. Com a pressão popular, os governantes tiveram de voltar as suas planilhas e baixar a tarifa da condução. Uma pequena vitória, mas longe do sonhado por esses jovens. Para falar sobre esse momento de luta, reunimos algumas dos principais ativistas destes movimentos e coletivos, no dia 5 de julho, no Espaço Revista CULT.
A mediação foi feita pelo estudante de direito da PUC de São Paulo, Bruno Pegorari, escolhido pelos próprios manifestantes. Na roda de debate, estavam presentes Mayara Vivian, do MPL, “o militante autônomo” Dennis Conte, estudante de Letras da USP, Paulo Henrique de Oliveira, também da Letras e do coletivo Rompendo Amarras, e Vitor Quarenta, do Direito da Unesp e do Movimento ParaTodos.
CLIQUE AQUI e leia a íntegra do debate, que durou mais de três horas e revelou os sonhos desses jovens estudantes: a preocupação com um futuro mais justo para o país das desigualdades infinitas. A luta não terminou. E, como disse Mayara, “o bicho ainda vai pegar”.
(Fonte: Revista CULT)

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