terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Literatura e Natal

Natal

Henriqueta Lisboa


Vejo a estrela que percorre
a noite larga.
  
Vejo a estrela que perturba
fundos mares.

 Vejo a estrela que revela
a eternidade.


Mas para onde foi a estrela
contemplada?

 Para onde foi no momento
mais amargo?

 Em que cimos ora habita
que debalde

 a procuro nestas frias
orvalhadas?

 Vejo a estrela – tão de súbito! –
ao meu lado.
Vejo os olhos do Menino
desejado.

  
Em: Nova Lírica: poemas selecionados, Henriqueta Lisboa, Belo Horizonte, Imprensa Oficial: 1971https://peregrinacultural.wordpress.com/2008/12/23/natal-poema-de-henriqueta-lisboa/

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