Brasília - A Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas
promoveu nesta quarta-feira (20), a caminhada com ato cultural contra influência
de empresas nas eleições e contra o "voto distritão para a eleição de deputados
e vereadores.
Milhares de participantes aderiram ao ato que se iniciou na Catedral
Metropolitana e seguiu pela esplanada rumo à Câmara dos Deputados onde foram
entregues 630.089 mil assinaturas já coletadas a favor do projeto de lei da
Reforma Política Democrática.
A caminhada também contou com a participação de um grupo teatral que utilizou
grandes bonecos que figuravam políticos que se elegem com a colaboração de
empresas. Atrás destes "políticos", dez atores representavam os "empresários"
que financiam as campanhas eleitorais. Estes empurravam carrinhos de mão com "sacos de dinheiro" seguindo a caminhada ao som de músicas de
carnaval.
O ato cultural, terminou com a fala de representantes de entidades da
Coalizão por volta das 12h em frente ao Congresso Nacional.
Jamais perderemos a esperança, afirmou Dom Joaquim Mol, presidente da
Comissão para a Reforma Política da CNBB. Que este Congresso Nacional veja que
as mais de 600 mil assinaturas representa a vontade do povo brasileiro em mudar.
A democracia brasileira só tem como avançar se as empresas forem extirpadas de
vez da política.
Jovita Rosa, membro do MCCE e presidente do IFC, relembrou as conquistas dos
movimentos sociais através de Projetos de Lei de Iniciativa Popular. Com a Lei
9840, melhoramos as eleições e tornamos crime a compra de votos. Com a Lei da
Ficha limpa, melhoramos a qualidade dos candidatos. Agora precisamos limpar as
eleições do dinheiro sujo que vem das empresas.
Para a Pastora Romi, secretária geral do CONIC, no Congresso Nacional não
estão representadas as mulheres. Segundo ela, "é por isso que por lá as mulheres
são agredidas". Finaliza, "queremos uma democracia plural, que represente a
diversidade brasileira, com maior participação das mulheres no parlamento, da
população afro-brasileira e indígena".
Cláudio Souza, secretário geral da OAB, afirmou que na raiz da corrupção
estão a compra de votos e os desvios nas verbas destinadas aos municípios e
estados. Para ele, a democracia brasileira só tem a avançar se as empresas
forem, de vez, extirpadas da política do país.
O desfecho político do evento, porém, se fez por volta das 15h30, quando
tendo solicitado audiência com o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha
(PMDB/RJ), a Coalizão não foi recebida. Mesmo assim, foram entregues à Câmara
Federal as mais de 630 mil assinaturas coletadas até o momento.
Fonte: Ascom MCCE
Dom Joaquim Mol se une a milhares de brasileiros em marcha pela Reforma Política Democrática
Mais de dez mil pessoas ocuparam o trecho entre da Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional, em Brasília, na quarta-feira, dia 20 de maio, numa grande marcha pela Reforma Política Democrática e Popular no Brasil. Elas representam a grande adesão que se estende por todo o país ao abaixo-assinado pelo Projeto de Lei de Iniciativa Popular que necessita de pelo menos 1,5 milhões de assinaturas para que a Reforma Política seja votada no Congresso Nacional. A iniciativa conta com o apoio de mais de 100 instituições da sociedade, dentre elas a CNBB.
Os representantes dessas entidades escolheram o Dia Nacional de Mobilização Contra a Constitucionalização da Corrupção para a realizarem a marcha e um ato cultural como forma de repudiar outro projeto: a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), de reforma política, que está tramitando no Parlamento. A principal crítica é que se a emenda constitucional for aprovada, irá oficializar o financiamento de campanhas políticas por empresas.
O ato público realizou-se às vésperas da votação dessa outra proposta de reforma política, em comissão especial da Câmara, contra a qual foram entregues 650 mil assinaturas - favoráveis à reporma popular e democrática - ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, propondo entre outros pontos, o fim do financiamento de campanhas por empresas.
"O financiamento por empresas das campanhas eleitorais é uma das principais origens da corrupção no Brasil”, resumiu dom Joaquim Mol, coordenador da Comissão pela Reforma Política da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), uma das 113 entidades que integram a Coalizão.
Por outro lado, o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Coalizão propõe a extinção do financiamento das campanhas políticas por empresas, exige a paridade de sexo, eleições proporcionais em dois turnos e o aperfeiçoamento de mecanismos de democracia direta.
Fonte: Arquidiocese de Belo Horizonte
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