sexta-feira, 8 de abril de 2016

54ª AG: Bispos consideram que apuração da corrupção deve ser implacável

Por Polyana Gonzaga , Portal A12

Dando continuidade aos trabalhos da 54ª Assembleia Geral da CNBB, o arcebispo de Londrina (PR), dom Orlando Brandes e o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), dom Joaquim Giovani Mol atenderam a imprensa, na tarde desta quinta-feira (07), no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho, em Aparecida (SP).
Os bispos apresentaram aos jornalistas um aprofundamento do tema central da AG, “Cristão leigos e leigas na Igreja e na sociedade. Sal da Terra e luz do mundo” e aspectos da análise de conjuntura político-social e eclesial.
Dom Joaquim Mol apresentou dados do cenário religioso no Brasil para auxiliar a compreender a realidade atual. “A análise do cenário observou que não há mudanças significativas no cenário sócio religioso no Brasil”, afirmou.
De acordo com o bispo 64.5% das pessoas se dizem católicas, os demais percentuais são distribuídos em vários grupos, sendo que, o destaque maior é para o protestantismo pentecostal com 18%. “Chama nossa atenção os 8.9 % que se declaram como sem religião”, constatou.
Foto de: Ivan Simas/A12
Dom Joaquim Mol coletiva de imprensa Foto Ivan Simas-A12
Dom Joaquim Mol falou sobre os aspectos da análise 
de conjuntura político-social e eclesial.
“O Brasil continua sendo, portanto, um país de maioria católica, e é importante destacar que mais de 68% das pessoas nunca transitou de religião. Outra informação relevante é o nível de comprometimento das pessoas na sua religião, não é o ideal, mas significativo. 23% das pessoas que se declaram católicos tem um compromisso com a sua religião”, acrescentou.
Segundo o bispo auxiliar de Belo Horizonte, o cenário, de fato, é de pluralismo religioso, e salientou a importância de cultivar a capacidade de dialogo e respeito às diferenças religiosas.
Dom Joaquim Mol falou também sobre os aspectos da análise de conjuntura político-social e eclesial.
“A Igreja Católica no Brasil, através da CNBB, repudia com veemência toda e qualquer atitude, ação e plano de corrupção no nosso país. Por considerar a corrupção como algo que fere e desmancha o tecido social, por isso ele é comparado com um câncer, na nossa situação em metástase”, afirmou.
Ainda segundo Dom Mol a Igreja Católica no Brasil considera que a apuração de toda corrupção deve ser implacável, sendo que as pessoas envolvidas devem ser julgadas, as pessoas consideradas culpadas devem ser punidas rigorosamente dentro da legislação.
O bispo falou também que para construção da nota oficial a CNBB está capturando percepções da realidade em quatro campos: cultural, econômico, social e político.
“No campo cultural estamos analisando a crise de valores, no econômico queremos refletir sobre a hegemonia do sistema financeiro, no social vamos pensar na erosão dos direitos sociais que foram conquistados, sobretudo na Constituição de 88, e na crise política o enfraquecimento das instituições”.
Foto de: Ivan Simas/A12
Dom Orlando Brandes coletiva de imprensa assembleia dios bispos
Dom Orlando: "Cada pessoa é profeta da sua realidade".
Sobre a atuação dos leigos, tema central da AG “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. Sal da Terra e luz do mundo”, o presidente desta comissão, dom Orlando Brandes destacou que a Igreja quer dar destaque para a grande maioria da Igreja: os leigos.
Dom Orlando frisou que cada pessoa é profeta da sua realidade. “O texto que nós temos trabalhado vai mostrar o leigo como sujeito na Igreja. Falamos muito dos direitos dos leigos, pois ele é sujeito dessa realidade, ele pertence à Igreja, o leigo é Igreja”, afirmou.
O arcebispo de Londrina citou que o Concilio Vaticano II mostrou que o primeiro campo de atuação dos leigos é o mundo, estando presente na política, no trabalho, nas comunicações.
“Precisamos voltar a fonte do Concílio Vaticano II e considerar o primeiro campo de atuação dos leigos como a sua própria realidade e transformá-la”.
O arcebispo citou que os trabalhos referentes ao tema central da assembleia são inspirados na Evangelii Gaudium - A alegria do Evangelho, primeira Exortação Apostólica do pontificado de Papa Francisco, onde o Santo Padre retoma assuntos importantes sobre os leigos e sua participação na sociedade.

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