sábado, 12 de abril de 2014

50 anos do golpe civil-militar: a Universidade e o Golpe

A segunda sessão de depoimentos do ciclo de palestras do Nesp sobre o golpe civil-militar de 1964 pautou o tema  A Universidade e o Golpe Militar, com depoimentos de professores, na noite da quarta-feira, dia 9, no campus Coração Eucarístico. 

Mediada pelo coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da Arquidiocese de Belo Horizonte e PUC Minas (Nesp), professor Robson Sávio, o ciclo de debates teve na parte da manhã, do mesmo dia, os depoimentos de Emely Vieira Salazar, ex-presa política, do professor Michel Marie Le Ven e dos padres Henrique Moura Faria e Paulo Gabriel Blanco. Todos esses ativistas têm destacada participação política no período da ditadura e que continuam prestando serviços na articulação de movimentos sociais e de direitos humanos.

Ao iniciar suas considerações na sessão sobre o papel da Universidade durante o longo período que durou a ditadura no Brasil, o professor Otávio Soares Dulci, do Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas, apresentou um estudo produzido por um grupo de professores da UFMG sobre a ação dos militares naquela Universidade. Dulci apontou que as universidades públicas foram mais controladas e vigiadas pelos militares. Não obstante, citou constrangimentos em outras instituições de ensino superior, como a PUC Minas.

Na sequência, a professora Magda Almeida Neves, do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da PUC Minas, apresentou uma reflexão sobre a atuação do movimento estudantil durante os anos de chumbo. Recordando uma série de eventos de repressão aos estudantes e às entidades estudantis, em várias cidades brasileiras, Magda alertou aos alunos presentes no debate que é preciso conhecer o passado e lutar pelas liberdades democráticas no presente.

Por fim, o professor José Luiz Quadros de Magalhães, da Faculdade Mineira de Direito da PUC Minas, fez uma análise dos resquícios da ditadura na cultura social e política brasileira contemporânea. Para José Luiz os clamores crescentes pelo recrudescimento do estado penal, por exemplo, demonstram que o modelo de controle e repressão, utilizado fortemente durante a ditadura, ainda é tido como eficientes por importantes parcelas da sociedade e dos governos.


Os depoimentos das duas sessões do ciclo de palestras do Nesp farão parte da quarta edição da série Cadernos Temáticos, a ser publicada em 2015. Também no Canal do Nesp, no Youtube, serão disponibilizados os vídeos com as palestras das duas sessões.

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